domingo, 30 de dezembro de 2012

Pela Janela

Da janela mais uma vez observo.
O manto lunar está sendo posto
Ela costumava aparecer nesse momento
Porem já não mais a verei
Pois ela se foi.

Mesmo assim continuo observando pela janela,
O vento sopra como se fosse seu toque
Sim, mais uma vez posso senti-la,
O Sopro de teu espirito
Pois ela se foi.

Pela janela ainda posso sentir teus lábios,
Apertados contra meu corpo no êxtase da luxuria,
No auge do prazer que se dissipou
No momento em que odiamos o amor.
E por isso ela se foi.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O chamado



Ela se aproxima doce e suave
Deslumbrante em seus trajes da noite
Odiada por ser tão inesperada
Mas amado por ser o conforto máximo.

Ela me toca e eu desmaio
Nos braços do destino descansarei
Sonhando com a presença do espirito amante
Que se foi com o chamado sedutor.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O Homem solitário


Seus passos seguem melancólicos
Nas velhas estradas da solidão
Contando as pedras no caminho
De sua jornada tempestuosa.

Seus amores cedo se foram
Seus sonhos com o inverno congelaram
Seus tesouros foram levados com o vento
E a sua alma adoeceu e já não vive.

Bosques sombrios estão a sua frente
Os corvos se tornam belas companhias
Sussurrando doces melodias da morte
Convidando-o para a grande passagem.

domingo, 11 de novembro de 2012

O tumulo da esperança


A ti escrevo amigo
Clamando por um ultimo momento
Pois enfim, o eterno se foi.
Levando as juras com os ventos.

O destino a levou tão cruelmente
Tão amarga foi à despedida
Seus lábios já não estão vermelhos
E seus cabelos já não flutuam com a brisa.

A alma pode permanecer viva como antes
Porem, teus olhos não mais cruzará com os meus.
Teus lábios permaneceram intocados
E suas asas jamais levantarão voo novamente.

Pobre de mim amigo
Já não existo por completo
Já não compartilho daqueles doces sonhos
Já não resisto ao doce chamado da morte.

Tão tristes foram escritas essas palavras
Banhadas a lagrimas de uma alma amargurada
Quando por fim, estiver lendo esses versos.
Já estarei perto de minha amada.

Quando o eterno morre, a esperança se torna o alicerce da alma.
                                                                                                       
                                                                                                               Jean Master

sábado, 2 de junho de 2012

Diário da morte

                                               
 Há muito tempo perdi toda a humanidade que me restava. Penso em como seria se outro caminho tivesse me aprisionado em uma mascara de ilusões, desconfiança e de mentiras. Penso em como seria uma vida imune a tristeza, entregue aos afazeres de uma família feliz, cada qual se amando condicionalmente todos os dias. Penso em como seria uma vida dominada pelo medo e manobras arquitetadas cuidadosamente por um governo insensível e a cada dia mais satânico. Poderia eu amar tanto alguém ao ponto de transformar o mundo em um palco, onde se passa uma romântica história de amor? 
 Dou-me conta de que para algumas pessoas, uma escolha errada por não ter volta, e, o recomeço pode se tornar um caminho inviável. Desprezo-me a cada iniciativa sem rumo que me torna um eterno enigma.
 Encontro-me em um quarto escuro, perdido em pensamentos fúnebres, a procura de um sentindo solido para viver. Sinto o cheiro doce da morte expandindo-se a procura de sua própria liberdade. Estou sentando em uma cadeira de aço inox revestida com um belo couro vermelho. No chão, vários cadáveres se estendem em cima de um grande tapete vermelho que divide espaço com o resto da mobília. 
 Eu os matei? Sim! Acho que um pouco de amor me cairia bem! Tento esquecer que essa era uma família feliz. Estaria eu a procura da infelicidade? Às vezes sinto que sou o carrasco do diabo, indiferente por ter enterrado as minhas emoções.  Porque eu teria medo de algo que se mantém tão constante em nossa vida? Há muito que eu já não pertenço a esse mundo deprimente! O que as minhas vitimas vêem antes da morte, é um corpo sem alma, um monstro consciente. Recordo-me de que nem todos estão mortos. Sim! A vida ainda pulsa na alma daquela garota, cujos olhos imploraram para preservá-la. O efeito do Dormonid está quase chegando ao seu final. Em instantes ela estará tão lúcida quando eu. Que susto irá levar quando acordar, e perceber que se encontra amarrada fortemente em uma cadeira em seu próprio quarto. Seus olhos não me deixam matá-la. Seria amor? Não! É algo mais perturbador! È como se uma doce amargura tivesse se apoderado de minha alma e... Olha! Ela está acordando! Estou encoberto pela sombra da velha arvore que se estende majestosamente por de traz desse palco de mistérios tão excitantes. Ela só me verá quando eu sentir que as minhas petulantes emoções se extinguiram. Vagarosamente ela abre aqueles malditos olhos. Divirto-me ao notar o desespero nesses olhos tão humanos. Sim! Acho que é isso que tanto me perturba! Toda essa bondade nesses olhos claros como um dia de verão. Perguntas me rodeiam a cabeça: Como devo matá-la? Devo me entregar aos juízes sagrados junto com ela?
Como ela é atraente. Seus lindos cabelos vermelhos caíram tão bem em sua suave e macia pele branca. Seu belo corpo deixaria qualquer homem excitado. Mais linda ainda ficou, com esse ar de desespero misturado aos seus pensamentos de uma possível fuga. Há algum tempo, decidi que, ela não poderia ter uma morte rápida. Ela terá que saborear o doce gosto da morte.
Com uma faca em punho me aproximo. Amordaçada ela tenta falar algo. Talvez implorar por misericórdia. Não! Ela iria gritar! Gritar pela sua vida. Mal sabe ela que, essa já não a pertence mais. Lentamente a faca escorre da minha mão rumando ao assoalho. Pensamentos me veem a cabeça. Finalmente um sorriso. Lentamente me dirijo à cozinha e volto com dois copos de vinho. Arrasto uma cadeira para perto da moribunda. Espere! Algo está errado! Tenho que despi La até ela ficar totalmente nua. Ela deve chegar ao outro mundo do mesmo jeito que chegou a esse. Cada vez mais vejo o desespero em seus olhos. É como se os olhos suplicassem por misericórdia.
Tirei a mordaça e percebi seus lábios se moverem freneticamente formando palavras às quais não pude responder. Ofereço a ela uma taça de vinho. Em meios a lagrimas ela aceita. Em função das cordas que amarravam as suas mãos, tenho que colocar a taça ao alcance de sua boca. Ela bebe todo o conteúdo da taça. Outro sorriso.
Observo atentamente ela, enquanto me perco em pensamento. Que corpo! Lindos seios naturais me chamam a atenção. Suas pernas sustentam as suas partes intimas que se revelaram tão atraentes quanto intocáveis. 
 Acordo de meus devaneios com alguns sussurros vindos da bela dama infortunada. Ela tenta gritar, mais a sua voz falha. Teus olhos que tanto me perturbaram, agora dão lugar a um clamor por piedade.  Sua respiração ficou ofegante e... O que é isso? Uma ereção?  Como a luxuria de um ser obstinado a filosofar os anseios da morte, pode ser tão surpreendente. Ela para de se debater, sua respiração finalmente encontra um fim.
O que devo fazer? Morrer? Não posso! Tenho que vagar com os mortos nessa terra tão enigmática. Não posso apagar a minha existência, antes de amadurecer uma explicação satisfatória para a minha eterna indagação. Não posso! Ainda não encontrei a razão para a minha morte.